i hope tonight you will touch my hair, play a sad old song and draw ghosts in my back.

Wednesday, December 31, 2008

és o dia que não vem.





"Se eu largar eu sinto a sua falta
Se eu a agarro ela perde a cor."

Tuesday, December 23, 2008

dezassete

E se dissermos que não podemos? Que somos definitivamente maiores. Mais sonhadores, mais livres. Se dissermos que simplesmente não queremos ir? Que os nossos apetites mudam ao sabor do vento, que ontem achávamos piada mas hoje já só sorrimos ao de leve. E que nunca havemos de no deixar aprisionar. É uma promessa, não vamos esquecer nunca. Podemos ficar parados, se quisermos. Podemos rebolar na relva com os nossos corpos recém-adultos vezes sem conta. Podemos deitar os nossos corpos frágeis na erva molhada e deixar que a humidade nos chegue aos ossos. Sabe-nos bem a humidade misturada com os risos.

E que o meu jeito infantil de olhar para o chão e ficar cada vez mais pequenina à medida que dizes amor não te incomodem. É que o brilho dos teus olhos faz-me cócegas na alma.

Saturday, November 22, 2008

Na antevéspera da tua partida,

fizémos amor pela última vez. Com a esperança de que aquela não fosse realmente a última vez. Fizémos o amor mais triste que pode sequer existir. Fizémos amor com lágrimas nos olhos. Beijámo-nos enquanto as tuas lágrimas caiam na minha cara e no meu peito. Desta vez não suámos, desfizemos tudo o que não sabíamos dizer um ao outro em lágrimas. Lágrimas que queriam dizer amor suor solidão medo. Lágrimas que caíam em torrente. Não consegui olhar-te nos olhos. Não queria que visses que tudo o que sou agora se resume ao medo de já não saber ser sozinha. De não saber ser sem ti.
Sei que a tua partida é necessária. Os teus pulmões precisam de ares mais limpos, os teus olhos precisam de ver outras cores. Foste embora com uma promessa de regresso selada em nós, meu amor, quando vieres tenho a certeza de que faremos o amor mais feliz do mundo.


Tuesday, September 16, 2008

Falta

Penso em ti todos os dias. Aliás, quase não penso em nada que não esteja relacionado contigo, que não sejas tu. Pensei que me ía custar menos. Que certamente teria coisas para fazer na tua ausência. Mas a verdade é que não há nada que queira fazer sem ti. Vejo que tinhas razão quando dizias que já não vale a pena falarmos de nós no singular.
Passo dias simplesmente deitada na cama, esmagada pela falta que me fazes; a tua falta que para mim é doença.

Estou completamente viciada em ti.

Queria que soubesses que te estimo mais do que a qualquer outra pessoa que conheço. De uma maneira diferente, também. Que todos os dias me faz falta o teu sorriso doce, a tua voz quente, os teus olhos que brilham no escuro, o cheiro da tua pele, as tuas mãos de seda em mim. Que me sinto extremamente perdida quando deixo de ouvir a tua respiração ao telefone, quando deixo de ouvir a tua voz. Lembra-te sempre que quaisquer que sejam os kms que nos separam, não significam distância entre nós.




(acho que isto é qualquer coisa como uma tentativa de te dizer que gosto mais de ti do que um simples 'amo-te' pode querer dizer.)

Tuesday, July 08, 2008

rasteira

As palavras têm andado a jogar ás escondidas comigo, (contra a minha vontade, porque) eu sou sempre a cabra-cega.

Saturday, June 07, 2008

a cidade engole-nos

um bocadinho mais,



a cada dia que passa.

Thursday, May 29, 2008

os teus sonhos são a cores?



Os meus andam um bocadinho desbotados.

Saturday, April 12, 2008

I wish that without me your heart would break

Na última vez que me abraçares, lembra-te de me apertar contra o teu peito com força, agarra-me bem com as duas mãos. Deixa-me chorar tudo o que tenho cá dentro, com tudo o que faz parte de mim, por fora – olhos, boca, pulmões e mãos. Não rejeites as minhas mãos quentes, lembra-te do aconchego que te deram em tempos, e mostra-me os teus olhos tristes – o fim de uma relação é sempre a maior tragédia do mundo. Todos os laços que se quebram, os sorrisos que se partem, uma infinidade de abraços e expressões de doçura a desfazerem-se, como lixo que se pisa no chão. Dois mundos que deixam de ser poesia,
conheces alguma coisa mais triste?

Saturday, March 01, 2008

segredo.

"Quando gosto imensamente de uma pessoa, nunca revelo o seu nome a ninguém. É como abandonar parte dela. Fui feito para amar o que é íntimo. Parece-me a única coisa capaz de nos tornar misteriosa ou maravilhosa a vida moderna. A coisa mais vulgar é deliciosa, bastando para isso que a escondamos. Quando saio da cidade, nunca digo às pessoas para onde vou: se o fizesse, perderia toda a minha satisfação. É um hábito disparatado, confesso; mas, de certa maneira, parece introduzir na nossa vida uma boa dose de romance."

Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray

Thursday, February 21, 2008

"diz-me:


sou bonita, nos teus sonhos?"

Monday, February 04, 2008

tanto que eu não te disse.

"Lembro-me de quando nos enroscávamos. Lembro-me de dizermos que nos «ajustávamos», com um bem-estar raro como quando surpreendemos um pássaro no ninho: à medida do corpo, da temperatura, do peso.

Quando me aproximava do sofá onde já estavas deitado, era só deixar-me cair para logo sentir aconchego. Connosco a estratégia era adivinhada, ancestral, antiga, apesar da novidade que ainda éramos um para o outro.

Nesses momentos em que procurávamos abrigo diante do pretexto que é a televisão - e onde o sexo não era definitivamente o motivo, naquela languidez que se reveste de mantas e luzes brandas, o nosso toque era quente, sereno, balsâmico. Nessa tranquilidade silenciosa, o tacto era usado de forma muito natural, numa inata compreensão física de dois corpos diferentes, onde as mãos se tornavam confidentes honestas de desejos sem tempo para aspirações: mexíamo-nos com a espontaneidade ou o despudor com que se afaga um gato, no sossego do colo. Remexíamos a pele das nossas caras, massajávamos o cabelo um do outro, os nossos pés misturavam-se e as mãos ora se revolviam, ora vasculhavam os nossos braços e pernas. Isto passava-se de forma despreocupada e sem curiosidade, mas pela simples festa que é estar!

A nossa relação não era baseada em projectos ou hábitos de rotina, era uma ligação de quem se entrega a um bom vinho ou como quem dança desavergonhadamente a sua música preferida.

Recordando, posso comparar a nossa história com um daqueles dias que todos temos, em que nos entregamos ao sol, à erva, ao caracol que passa. Aqueles dias, da brilhante surpresa de nos esquecermos dos outros e de sorvermos o que nos aparece pela frente. Tu sabes fazer isso tão bem...

Ensinaste-me a beber e não engolir, mastigar e não devorar, morder sem destruir, apreciar e não desperdiçar.

Lembrei-me de ti quando num livro do Morris West, um dos protagonistas diz «... é melhor ser-se árvore e crescer calmamente sob o sol, do que macaco trepando em busca de fruta». Quando me vias galgar as tais árvores, olhavas para mim cá de baixo e, com a tua viola, cantavas com a serenidade de quem fuma o cigarro «depois do amor». Ouvindo-te, deixava-me escorregar até ao chão, e emocionada com a desprotecção da tua voz lembrava-me que os frutos que ia buscar podiam até ser saborosos, mas quando descesse, já podiam estar amassados e não saberiam tão bem. Então tinha sido bom descer até ti, quando não, ouviria a música de longe e era uma pena..."



Marta Gautier em Tanto Que Eu Não Te Disse

emotional landscapes.

O Inverno que venha e traga o frio todo de uma rajada só.
Os nossos corações não vão voltar a gelar.




Monday, January 28, 2008

" - Tens, definitivamente, os melhores abraços do Mundo!
- Não te esqueças que um abraço é um trabalho de equipa... "

Saturday, January 19, 2008

despedidas e pontos finais.

"Now we all know the words were true in the sappiest songs ."




(tão meu. tão bonito, tão triste, tão nosso.)

Friday, January 18, 2008

dois quartos é igual a meio século?










Podes nem ser a melhor mas és, com certeza, a mais bonita do mundo.

b.